O Google colocou a Inteligência Artificial “à frente” e buscou ajuda dos fundadores Larry Page e Sergey Brin para sua estratégia de IA.
De acordo com reportagem do New York Times, o Google deve inserir uma versão de seu mecanismo de busca com recursos de chatbot ainda este ano.
Atualizações do Bard: mais global, mais visual, mais integrado
No dia 10 de maio de 2023, o Google realizou uma nova edição do seu evento anual, o I/O 2023, no qual foram apresentadas as principais novidades implementadas e desenvolvidas pelos produtos Google.
Dentre os acontecimentos do evento, um dos anúncios mais aguardados pelo público eram as possíveis atualizações sobre o Bard, chatbot alimentado por IA do Google. A boa notícia é que os pedidos foram atendidos.
Confira as últimas novidades sobre o futuro da pesquisa no Google:
Apresentando as novidades do Bard
Conforme compartilhado no Blog do Google pela vice-presidente e gerente geral do Google Assistant e Bard, Sissie Hsiao:
“Hoje, apresentamos novas atualizações para o Bard, incluindo recursos de imagem, recursos de codificação e integração de aplicativos. Além disso, estamos expandindo o acesso em todo o mundo, introduzindo mais idiomas e encerrando a lista de espera. Faz menos de dois meses desde que lançamos o Bard, nosso experimento que permite colaborar com IA generativa, e estou impressionado ao ver as formas criativas e imaginativas como as pessoas interagiram com ele.”
A primeira novidade anunciada por Hsiao é a recente mudança do modelo de linguagem de IA do Bard para o PaLM 2, uma evolução do modelo de linguagem do buscador, com uma grande capacidade de processamento que permitiu muitas das melhorias anunciadas posteriormente no evento — incluindo matemática avançada e habilidades de raciocínio e recursos de codificação.
Bard mais global: expansão dos Recursos Bard para mais usuários
Durante o evento, o Google anunciou que estava removendo a lista de espera para utilização do chatbot, tornando-o acessível para bilhões de pessoas em mais de 180 países e territórios.
Além disso, o Bard agora está disponível em japonês e coreano e, nos próximos meses, é esperado que mais 40 idiomas sejam inseridos no aprendizado de máquina do buscador conversacional.
Bard mais visual: o chatbot além do texto
Segundo o buscador, o Bard apresentará – em breve – recursos visuais sofisticados para contribuir nas respostas, além disso, será possível incluir imagens nos seus próprios prompts, permitindo maior criatividade. Com o auxílio do Google Lens, o Bard analisará as fotos e criará legendas criativas em segundos, levando em consideração as raças dos cães na imagem.
Um exemplo compartilhado pelo buscador é uma consulta sobre “Pontos turísticos em Nova Orleans”, onde o chatbot oferece uma listagem de respostas acompanhadas de fotografias dos locais.
Bard mais integrado: conectando o Bard a outros produtos Google
Os próximos passos do Bard também incluem mais integração com os demais serviços e produtos Google, como Documentos, Drive, Gmail, Mapas e outros. O buscador espera encontrar novas formas de alimentar sua imaginação e curiosidade, integrando esses recursos e outros serviços da web, por meio de extensões de parceiros externos.
Segundo o buscador:
“Nos próximos meses, vamos integrar o Adobe Firefly, a família Adobe de modelos criativos de IA generativa, no Bard para que você possa transformar suas próprias ideias criativas em imagens de alta qualidade de maneira fácil e rápida, que você pode editar ou adicionar aos seus designs no Adobe Express.”
Um exemplo compartilhado pelo buscador mostra como será possível criar as próprias imagens com base em comandos simples:
Além disso, pensando em oferecer mais oportunidades para otimizar a produtividade, o Google está investindo em mais integrações, com empresas como: Kayak, OpenTable, ZipRecruiter, Instacart, Wolfram e Khan Academy.
Recursos de codificação e exportação
O feedback dos usuários foi o que trouxe o Bard até aqui e o objetivo principal do buscador é continuar estruturando o chatbot com base na opinião dos usuários. Por isso, está incorporando diversas novidades importantes em codificação:
- Citações de fontes: o Bard está tornando as citações ainda mais precisas, por isso, se o chatbot trouxer um bloco de código ou citar outro conteúdo, basta clicar na anotação e Bard sublinhará essas partes da resposta e vinculará à fonte;
- Tema escuro: já está disponível o Bard em tema escuro, que é outro recurso que os desenvolvedores pediram;
- Botão “Exportar”: os desenvolvedores utilizam muito o recurso de exportação para Colab, então, em breve, será adicionada essa capacidade de exportar e executar código com o Replit, começando com Python.
Além disso, pensando em facilitar a redação de e-mails e documentos, o Bard agora possui duas ações de exportação conectadas ao Gmail e Google Docs. Dessa forma, ao solicitar que o Bard escreva um novo e-mail, basta clicar no botão “rascunho no Gmail” para realizar os ajustes finais e enviar.
Google começa a disponibilizar o Bard para um número limitado de usuários
Assim como o Chat Bing em seus primeiros meses de lançamento, o Google abriu no dia 21 de março de 2023, uma lista de espera para aqueles que querem utilizar o Bard – sistema de pesquisa conversacional do buscador – em primeira mão.
Por enquanto, apenas usuários americanos e britânicos terão acesso à lista. No entanto, assim como a maioria dos produtos Google, é muito provável que logo o acesso chegue às demais regiões.
Um ponto importante revelado pelos inscritos é que não se trata de uma lista de espera apenas para desenvolvedores, visto que não é possível se inscrever com contas Workspace, apenas contas pessoais do buscador.
O Bard vai substituir a pesquisa no Google?
A resposta direta do buscador é que não! Não há possibilidade (por enquanto) de que o sistema conversacional substitua a pesquisa no Google. O líder de produto Bard, Jack Krawczyk, comunicou ao portal Search Engine Land que o Bard e a Pesquisa são dois produtos diferentes:
“Bard é separado da Pesquisa, então falar sobre as capturas de tela da Pesquisa no contexto de Bard não é preciso. Bard é uma coisa e, em seguida, os recursos generativos de IA na Pesquisa são separados. O Bard é uma experiência independente, não na Pesquisa”
Além disso, outros dois líderes do projeto Bard, Sissie Hsiao e Eli Collins, foram mais cautelosos ao “categorizar” o chatbot do Google. De acordo com eles, o Bard está mais para:
“Um experimento inicial… destinado a ajudar as pessoas a aumentar sua produtividade, acelerar suas ideias e alimentar sua curiosidade.”
As primeiras impressões e o layout do novo Bard
O portal The Verge já teve acesso ao novo Bard e compartilhou a experiência como um “complemento para a busca”, mas que precisa “expandir seu repertório para que sua voz seja ouvida”.
Em seus testes iniciais, o portal afirma que o chatbot conseguiu responder uma série de perguntas gerais, oferecendo respostas com conselhos e listas para aprimorar o engajamento.
Como é a interface do novo Bard?
O layout do chatbot não sofreu grandes alterações desde o anúncio realizado em Paris no dia 8 de fevereiro de 2023. Um dos exemplos compartilhados pelo buscador mostra uma simulação de pesquisa sobre “Ideias para me ajudar a ler 200 livros este ano”:
Fonte: Google
Conforme o The Verge, o Bard gera até três respostas para cada consulta do usuário, com variações mínimas entre elas. O diferencial é que, abaixo de cada resposta, há um botão chamado “Google It”, que redireciona os usuários para uma pesquisa relacionada à consulta no próprio Google.
Fonte: Google
Além disso, assim como as respostas do Chat Bing, o Bard também exibe um comunicado ao final da página, alertando os usuários sobre a veracidade e confiabilidade das respostas: “Bard pode exibir informações imprecisas ou ofensivas que não representam as opiniões do Google”
Por que as empresas responsáveis pelos chatbots de IA precisam comunicar sobre as variações nas respostas?
Diferentemente das páginas de resultado de pesquisa, nas quais o usuário tem consciência da origem da informação (o site no qual ela clicou) e em que há um algoritmo que metrifica os resultados de acordo com uma série de fatores de ranqueamento, os chatbots trabalham com respostas geradas automaticamente.
Isso implica em uma variedade inimaginável de fatores e situações que podem ocorrer, inclusive, erros. Por se tratar de uma tecnologia de inteligência artificial ainda em desenvolvimento, é normal que esses chats apresentem informações confusas ou incorretas.
Um exemplo compartilhado pelo portal The Verge foi uma consulta sobre a capacidade de uma máquina de lavar específica. Mesmo estando conectado aos resultados de pesquisa do Google, o Bard ofereceu três respostas incorretas e, somente com a insistência do usuário, pôde retornar a informação certa.
O portal alerta que, nesses testes, o usuário já saberia a resposta correta, mas no dia a dia não seria essa a realidade, por isso, é preciso checar uma fonte confiável antes de considerar informações mais complexas do chatbot.
“Existem vários números associados a essa consulta, então às vezes ele descobre o contexto e cospe a resposta certa e outras vezes dá errado. É uma das razões pelas quais Bard é um experimento inicial.”
Bard vs Chat Bing: Qual o melhor chatbot até o momento?
Ainda é cedo para bater o martelo e declarar qual é o melhor sistema, principalmente porque o Bard ainda não está disponível para o público, o que pode trazer diferenças no tempo de acesso e respostas, pela baixa demanda.
Com o lançamento do GPT-4 já integrado ao Chat Bing, a Microsoft está um passo à frente na corrida dos sistemas de IA. Os novos modelos multimodais da OpenAI foram alvo de muitos comentários nos últimos dias por conta das novas opções de tom de voz do chatbot e essa fuga do modelo “padrão” rendeu ao Chat Bing mais acessos nos últimos dias.
O portal The Verge trouxe como ponto positivo a rapidez com que o chatbot do Google responde às perguntas, no entanto, a falta de referências e as inconsistências notadas pelos usuários até o momento fazem com que essa “rapidez” não seja tão atrativa.
Além disso, o Bard não funciona exatamente como um sistema conversacional, pois ele não “lembra” das suas consultas anteriores. Ou seja, ele trabalha como um assistente virtual, respondendo às perguntas sem associá-las à anterior.
No FAQ da página oficial do Bard, o Google explica o porquê:
“A capacidade de Bard de manter o contexto é propositalmente limitada por enquanto. À medida que o Bard continua a aprender, sua capacidade de manter o contexto durante conversas mais longas melhorará.”
Por fim, os usuários também notaram que o Bard ainda não está familiarizado com as intenções de busca. A opção de utilizar o botão “Google It” para levar uma pergunta do Bard ao buscador é muito promissora, no entanto, ao realizar uma busca de “informações para aparecer no Bard”, um usuário teve dois resultados diferentes:
Fonte: Search Engine Land
Ao pesquisar “Que informações são importantes para aparecer no Bard?”, o chatbot entende que o usuário está se referindo às informações que o site precisa ter para que o seu conteúdo seja utilizado como resposta do sistema de IA.
Mas, quando o usuário utiliza o botão do “Google It”, as respostas que aparecem no buscador mostram “informações sobre o Bard”, ou seja, uma pesquisa informacional diferente da primeira.
No geral, os usuários concordam que o Bard ainda tem muito espaço para melhorias.
Bard: O Novo Serviço Experimental de IA Conversacional do Google
Segundo uma recente reportagem do The New York Times, a Alphabet, controladora do Google, sinalizou um “código vermelho” após o lançamento do ChatGPT, por considerar a ferramenta uma ameaça real ao futuro do buscador.
O cenário parece ter sido realmente levado a sério, visto que no dia 8 de fevereiro aconteceu uma live do Google sobre as futuras inovações e perspectivas para o buscador.
Conforme a descrição do evento no Youtube:
“Estamos reimaginando como as pessoas pesquisam, exploram e interagem com as informações, tornando mais natural e intuitivo do que nunca encontrar o que você precisa. Junte-se a nós para saber como estamos abrindo maior acesso às informações para pessoas em todos os lugares, por meio de Pesquisa, Maps e muito mais”
O que é o Bard? Entenda como foi criado o novo modelo de IA Conversacional do Google
Antes mesmo do evento on-line, o Google já havia apresentado seu novo modelo experimental de IA conversacional, baseado em LaMDA (família de modelos de linguagem neural conversacional desenvolvida pelo Google), chamado Bard.
De acordo com o buscador, o novo modelo está em desenvolvimento para ser amplamente disponibilizado para o público nas próximas semanas, mas, por enquanto, apenas alguns aprovados na lista de espera têm acesso.
Confira um trecho compartilhado pelo CEO da Alphabet, Sundar Pichai, sobre o novo modelo de IA:
“Bard busca combinar a amplitude do conhecimento mundial com o poder, a inteligência e a criatividade de nossos grandes modelos de linguagem. É baseado em informações da web para fornecer respostas novas e de alta qualidade. Bard pode ser uma válvula de escape para a criatividade e uma plataforma de lançamento para a curiosidade, ajudando você a explicar novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb da NASA para uma criança de 9 anos, ou aprender mais sobre os melhores atacantes do futebol no momento e, em seguida, treinar para desenvolver suas habilidades.”
O CEO ainda explica que, inicialmente, o Bard será lançado com uma versão mais leve do modelo de LaMDA, que requer significativamente menos poder de processamento e entendimento em programação.
Bard is an experimental conversational AI service, powered by LaMDA. Built using our large language models and drawing on information from the web, it’s a launchpad for curiosity and can help simplify complex topics → https://t.co/fSp531xKy3 pic.twitter.com/JecHXVmt8l
— Google (@Google) February 6, 2023
Dessa forma, o novo modelo de IA conversacional trará respostas de alto nível, com qualidade e segurança sobre assuntos em tempo real, mas de forma acessível para que o Google possa coletar mais feedback de usuários variados.
Como o novo sistema de IA Conversacional do Google vai funcionar?
De acordo com Pichai, o Bard é uma junção de todas as novas tecnologias de IA do Google – como LaMDA, PaLM, Imagen e MusicLM. Essas ferramentas em conjunto estão criando uma nova forma de processar imagens, vídeos, informações e áudio para trazer novos avanços em produtos Google, começando pela busca.
O objetivo do sistema de busca conversacional com base em IA é aprofundar a compreensão das pessoas sobre suas dúvidas e dores, levando-as ao cerne do que estão procurando.
Fonte: Blog da Pesquisa do Google
Um exemplo compartilhado pelo CEO é um usuário que pesquisa “quantas teclas tem um piano”, certamente essa pessoa está pesquisando por uma informação pontual que pode ser facilmente encontrada em um resultado comum de busca.
No entanto, se essa mesma pessoa pesquisar por “é mais fácil de aprender piano ou violão e quanta prática cada um precisa?”, ela estará interessada em um assunto muito mais complexo e que levará muito mais tempo na leitura e entendimento de informações.
Quando um sistema conversacional de IA consegue responder essa pergunta de forma pontual, como se fosse a questão da quantidade de teclas, essa pessoa pode focar em encontrar novas informações sobre o que ela realmente precisa.
Ou seja, se o próprio Google já responde para ela que o violão é o melhor instrumento para iniciantes e que leva x meses em média, o próximo passo desse usuário pode ser chegar até o site de um professor de violão para contratar seu serviço.
“A IA pode ser útil nesses momentos, reunindo insights para perguntas para as quais não há uma resposta certa. Em breve, você verá recursos baseados em IA na Busca que transformam informações complexas e várias perspectivas em formatos fáceis de digerir, para que você possa entender rapidamente o panorama geral e aprender mais na web.”
Como o Google pretende promover a segurança de dados dos usuários com as implementações de IA?
Em sua página oficial sobre os princípios de segurança da inteligência artificial no Google, o buscador mostra que as novas ferramentas e otimizações de IA estão sendo desenvolvidas para expandir os esforços do Google em sua missão de organizar as informações do mundo e torná-las acessíveis.
No entanto, o Google reafirma que as informações devem ser claras, socialmente benéficas, seguras, responsáveis perante às pessoas e que mantenham o padrão de qualidade da empresa.
Por isso, o buscador afirma que manterá seus princípios de privacidade no desenvolvimento e uso das novas tecnologias de IA, e exigirá que colaboradores, parceiros, desenvolvedores e fornecedores façam o mesmo.
Quando o novo Bard estará disponível?
Como anunciado pelo CEO da Alphabet, o Bard deve estar disponível de forma global nas próximas semanas. No entanto, no evento realizado nesta quarta-feira, foi anunciado que no próximo mês (março de 2023), o buscador deve integrar desenvolvedores, criadores e empresas individuais no desenvolvimento de sua nova API de linguagem generativa.
O objetivo dessa parceria é que, em poucos meses, os usuários possam ter acesso à ferramentas de inovação e desenvolvimento mais avançadas, com base em IA, para otimizar e construir seus próprios sistemas de IA.
Até o momento (22 de março de 2023), o buscador ainda não disponibilizou globalmente o sistema de chatbot. A lista de espera já está disponível, mas apenas para usuários nos EUA e Reino Unido.
O Bard pode ser impreciso em suas respostas?
Apesar dos esforços da Alphabet para que o seu novo chatbot de pesquisa seja “perfeito”, assim como outros sistemas de IA, o Bard está sujeito a cometer erros.
O principal, observado pelos usuários do Twitter logo após o lançamento de um teste do Bard, apresentou uma informação incorreta para a pergunta “Que novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb posso contar ao meu filho de 9 anos?”
Como uma das respostas, o Bard indicou que o telescópio teria tirado “as primeiras fotos de um planeta fora de nosso próprio sistema solar”. No entanto, alguns astrônomos contestaram a informação relembrando de imagens anteriores à esta indicada pelo sistema de IA:
Not to be a ~well, actually~ jerk, and I’m sure Bard will be impressive, but for the record: JWST did not take “the very first image of a planet outside our solar system”.
the first image was instead done by Chauvin et al. (2004) with the VLT/NACO using adaptive optics. https://t.co/bSBb5TOeUW pic.twitter.com/KnrZ1SSz7h
— Grant Tremblay (@astrogrant) February 7, 2023
O diretor dos Observatórios da Universidade da Califórnia, Bruce Macintosh, também comentou sobre o erro em seu Twitter: “Falando como alguém que imaginou um exoplaneta 14 anos antes do lançamento do JWST, parece que você deveria encontrar um exemplo melhor?”
A Corrida dos Sistemas de IA: Quem está ganhando?
O Bard surge no cenário atual como o “principal concorrente do ChatGPT”. Desde 2019, a Microsoft vem investindo na OpenAI para o desenvolvimento de um sistema de IA conversacional e, após o lançamento do ChatGPT no final do ano passado, o Google foi considerado “ultrapassado”.
Agora, com os avanços na implementação do ChatGPT ao mecanismo de busca da Microsoft, o Bing, o Bard surge não como uma inovação, mas sim como um concorrente direto do sistema da OpenAI.
Além do Bard, o Google anunciou outras novidades que utilizarão sistemas de IA em seus outros produtos, como o Lens, Maps e Translation. Por isso, ainda não há uma definição concreta sobre “quem está à frente” na corrida das novas tecnologias de inteligência artificial.
Reações do Mercado sobre o Lançamento do Bard
Havia muita expectativa sobre o lançamento do novo sistema de IA conversacional do Google, principalmente porque todos esperavam ver como o maior buscador do mundo iria “enfrentar” as novas tecnologias da Microsoft e OpenAI.
De acordo com a Reuters de Londres, as ações da Alphabet caíram 8% e perderam o equivalente a 100 bilhões de dólares em valor de mercado após os anúncios realizados no evento em Paris nesta quarta-feira.
O principal ponto para essa queda foi o erro encontrado pelos usuários do Twitter na segunda-feira, que foi observado pelos especialistas como “uma apresentação apressada e embaraçosa” para tentar combater o ChatGPT.
Primeiros testes do Google para o novo design de pesquisa com respostas de IA em resultados orgânicos
Segundo um relatório da CNBC (Consumer News and Business Channel), canal por assinatura da NBCUniversal dedicado a notícias de negócios, o novo design da pesquisa do Google teria as seguintes modificações:
- o botão “estou com sorte” é removido e substituído pelo botão de chat;
- o ícone de chat seria adicionado junto aos logos de pesquisa por voz e por imagem.
Algo parecido com isso:
legenda: simulação do novo design do Google.
Até o momento, o Google não compartilhou nenhuma visão oficial de como a pesquisa por chatbot será implementada em sua tela inicial. Como dito anteriormente, o Bard é um sistema fora da Pesquisa do Google, mas ele possui um botão em suas respostas que direciona o usuário para a pesquisa.
Por isso, podemos esperar que, no futuro, o buscador adicione algum botão ou recurso que encaminhe o usuário para a página de chat do Bard.
Como ficariam os resultados orgânicos com o chatbot do Google?
Segundo a CNBC, no SERP alternativo os resultados de pesquisa orgânica ficaram mais abaixo, bem mais do que estão hoje:
“Quando uma pergunta é inserida, os resultados da pesquisa mostram um balão cinza diretamente abaixo da barra de pesquisa, oferecendo respostas mais humanas do que os resultados de pesquisa típicos. Logo abaixo disso, a página sugere várias perguntas de acompanhamento relacionadas”
Mas, segundo a descrição do canal, o novo design pode ser semelhante ao box de “As pessoas também perguntam”. Então, a IA basicamente só destacaria algum trecho específico antes dos outros resultados orgânicos.
De acordo com um porta-voz do Google:
“Há muito tempo estamos focados no desenvolvimento e implantação de IA para melhorar a vida das pessoas. Acreditamos que a IA é uma tecnologia fundamental e transformadora incrivelmente útil para indivíduos, empresas e comunidades e, conforme descrevem nossos Princípios de IA, precisamos considerar os impactos sociais mais amplos que essas inovações podem ter. Continuamos a testar nossa tecnologia de IA internamente para garantir que seja útil e segura, e esperamos compartilhar mais experiências externamente em breve”.
Mesmo sem mudanças radicais, os resultados de tráfego serão sim impactados. Então, continue acompanhando constantemente nosso blog para ficar por dentro de todas as novidades.
O Google está pedindo aos funcionários que testem possíveis concorrentes do ChatGPT
O Google está testando diversos chatbots, incluindo um chamado Apprentice Bard, que usa a tecnologia LaMDA do Google e é semelhante ao ChatGPT, oferecendo respostas de texto detalhadas às perguntas dos funcionários e melhorando com o tempo. A empresa também está testando um design de desktop de pesquisa de perguntas e respostas.
Jeff Dean, chefe de IA do Google, afirmou que a empresa está se movendo de forma mais conservadora devido ao risco de fornecer informações erradas, mas o CEO Sundar Pichai sugeriu um lançamento público de produtos similares ainda este ano.
Por que o Google está preocupado com as novidades?
O debate sobre a implementação de recursos do ChatGPT à pesquisa do Bing está tomando proporções que, de acordo com o especialista Danny Goodwin, tem potencial para remodelar significativamente nossa percepção de SEO.
Em dezembro, o CEO do Google, Sundar Pichai, emitiu um “código vermelho”, após perceber que a tecnologia atual estava ameaçando significativamente os negócios de busca do Google.
O que está por vir?
Por isso, os executivos do Google convocaram os fundadores do buscador, Larry Page e Sergey Brin, que deixaram o cargo em dezembro de 2019, para algumas reuniões sobre a estratégia de produtos de IA da empresa.
De acordo com o publicado pelo New York Times, o Google pretende investir em mais de 20 recursos esse ano:
“O Google agora pretende revelar mais de 20 novos produtos e demonstrar uma versão de seu mecanismo de busca com recursos de chatbot este ano, de acordo com uma apresentação de slides revisada pelo The New York Times e duas pessoas com conhecimento dos planos que não foram autorizados a discuti-los.”
As prioridades discutidas foram:
- acertar os fatos – oferecendo informações para responder com precisão a algumas perguntas ainda mais complexas;
- garantir a segurança;
- livrar o buscador da desinformação.
Além disso, o New York Times também afirma que o Google pode bloquear certas palavras para evitar discurso de ódio e tentar minimizar outros possíveis problemas relacionados a ódio e toxicidade, perigo e desinformação, de acordo com o relatório.
Continue acompanhando os updates do Google na implementação de chatbots e ferramentas de Inteligência Artificial! Salve este artigo nos seus favoritos e acompanhe as atualizações.