Apple está expandindo anúncios no iPhone e iPad

Após interromper o rastreamento de terceiros e inserir o prompt ATT (App Tracking Transparency), os planos da Apple agora incluem expandir os anúncios para novas áreas do iPhone e iPad, pensando em aumentar a receita com a criação de uma plataforma própria.

O objetivo da Apple é partir dos 4 bilhões de dólares em receita anual que está gerando atualmente para a casa dos “dois dígitos”, de acordo com o vice-presidente do grupo de anúncios da Apple, Todd Teresi.

Os novos anúncios da Apple

Atualmente, os anúncios gráficos são exibidos na guia de pesquisa dos aparelhos Apple, no entanto, a proposta futura é que esses anúncios migrem para a guia principal e em páginas de download de aplicativos de terceiros, de acordo com a Bloomberg.

Fonte: Bloomberg Blog – Exemplo de anúncio de busca na Apple Store.

Para anúncios de pesquisa na loja de aplicativos, os desenvolvedores poderão pagar para que seus aplicativos apareçam nos resultados quando os usuários buscam por termos relacionados ao aplicativo.

Além dos anúncios na loja de aplicativos, a bigtech pretende expandir futuramente para buscas no Maps e criação de vitrines de anúncios na Apple Books e Apple Podcasts.

O estado dos anúncios da Apple

Hoje, a Apple trabalha com anúncios de exibição nos aplicativos News e Stocks, na App Store (aplicativos de publicidade) em todos os dispositivos Apple e no TV+.

Fonte: Bloomberg Blog – Exemplo de anúncio do aplicativo News.

Desde o ano passado, com o lançamento do prompt ATT, os consumidores podem permitir ou não que aplicativos de terceiros rastreiem suas atividades nos aplicativos. Com isso, empresas como Meta e Snap perderam bilhões de dólares em receita com anúncios.

Como o ATT foi projetado para impedir o rastreamento em aplicativos e sites externos, isso proporcionou aos usuários dos aparelhos Apple a possibilidade de optar por desativar anúncios indesejáveis.

Por que a Apple está mudando?

O especialista em Social Media, Curt Maly, deu sua opinião sobre as mudanças propostas pela Apple, de acordo com ele:

“A Apple não atualizou o iOS para ‘ajudar a proteger os usuários’. A Apple coleta todas as informações que eles bloqueiam no Facebook, a Apple está prestes a entrar no jogo da plataforma de anúncios mais uma vez e esse é mais um motivo para as pessoas migrarem para uma plataforma de anúncios melhor”

Apesar de não exibir um prompt dentro dos aplicativos nativos, é possível desativar o recurso de personalização de anúncios e, de acordo com a própria Apple, 78% dos usuários do iOS 15 fizeram exatamente isso. Mas, o sistema ainda aproveitará dados como a identidade da sua operadora, tipo de dispositivo e o que você lê.

Isso reforça a proposta de Curt de que a proposta da Apple foi, desde o início, pensada em impedir que terceiros tivessem acesso aos dados dos usuários de iPhone/iPad, para que esses dados fossem utilizados pela própria empresa.

Não podemos negar que a Apple poderia abrir muito mais oportunidades de publicidade, potencialmente mais baratas, com a expansão dos meios de comunicação voltados para anunciantes.

No entanto, um ponto de atenção para os anunciantes que pretendem utilizar essa nova proposta é a quantidade e qualidade das segmentações disponíveis pela Apple. Com o rastreamento limitado, é mais difícil coletar dados concretos dos clientes para realizar a segmentação.

Ainda assim, para empresas que estejam em busca de melhorar engajamento e visualizações de vídeo, essa pode ser uma oportunidade de utilizar os dados da atividade dos aparelhos Apple para fazer os anúncios valerem a pena.

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